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Os bebês falam!

Somos seres relacionais desde o início de nossas vidas. A psicanálise atesta como esse laço com os outros é essencial para a formação de nosso psiquismo.


O estabelecimento de nossas particularidades e de nossas escolhas na vida se devem a esta dependência com outras pessoas desde a nossa tenra infância, ou seja, não podemos nos dizer como seres minimamente individualizados sem nos relacionarmos com os outros. Somos feitos de “pedaços” dos nossos cuidadores: o jeito de falar é da mãe, a feição é do pai, tem um sorriso igual ao do avô, já a inteligência é da tia, e assim por diante. Capturamos esses traços das nossas relações com aqueles que são significativos em nossas vidas e, a partir delas, nos fazemos seres singulares.


Este relacionamento se dá tanto do lado das crianças e dos bebês, como do lado de seus cuidadores. O vínculo é ativo de ambas as partes. Vemos como os bebês convocam os outros a estarem junto deles mostrando como querem se relacionar, ou seja, como são altamente participativos nestes cuidados que estabelecem com os adultos. Percebemos, portanto, que os bebês são ativos nestas relações com as pessoas, ao contrário da suposta passividade que muita gente pode acreditar.


Os bebês falam! Mesmo que não seja por palavras estruturadas como tais, daquelas que a gente pode entender com perfeição, eles se comunicam por gestos e por produções vocálicas, das mais variadas formas. É preciso estar atento para estes chamados dos pequenos, percebendo como eles se mostram na conversa quando um pai ou uma mãe fala com ele ou com outra pessoa, por exemplo. Os bebês se introduzem na comunicação que se estabelece ao seu redor, eles querem participar.


Por isso é importante entender que o bebê ouve e interpreta o mundo no qual está inserido. Muitos pais e mães podem não levar em consideração a participação de seus filhos nas conversas que eles estabelecem entre si ou com outros adultos, acreditando não entenderem nada do assunto que eles estão abordando.


Mas, ao contrário dessa ideia de que os pequenos são alheios ao que é falado ao seu redor, é importante considera-los como participantes ativos na avaliação que vão ter do que os cerca. Não é uma compreensão feita da mesma maneira como faz um adulto, mas é uma forma de apreensão própria aos acontecimentos do mundo externo.


Por que é importante tais considerações sobre a posição ativa dos bebês e das crianças pequenas?


Para que possamos saber ouvi-los e, dessa maneira, melhor enlaçá-los na comunicação humana, já que é neste vínculo que eles podem se desenvolver e, quando algo desta relação não estiver caminhando muito bem, o adulto que cuida dele saberá melhor localizar os possíveis entraves desta relação.


Fabiana Sampaio Pellicciari

psicanalista membro do TRIEP

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