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Sei tudo que penso, escolho e faço?

  • Foto do escritor: Triep
    Triep
  • 2 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Tenho absoluta consciência e controle sobre tudo o que digo e faço? O que me leva a dizer ou fazer algo é mesmo pelos motivos que penso?


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Pois é, estaremos muitíssimo enganados se acreditarmos que somos senhores absolutos da nossa mente.


Isso porque somos habitados, também, por um inconsciente. No início do século XX, Sigmund Freud apresentou a causalidade psíquica, ou seja, o comportamento humano estaria determinado por uma natureza biológica, como estuda a medicina, e também, pelo inconsciente.


O que é inconsciente para a Psicanálise? Aproveitando essa ocasião aviso, subconsciente não existe. Inconsciente para a Psicanálise não é o mesmo que um estado sem consciência, muito menos é alegação suficiente para livrar alguém das responsabilidades de seus atos.


Freud utiliza-o para nomear um sistema psíquico diferente dos demais e dotado de atividade e lógica próprias. O inconsciente freudiano não é o caos, o mistério, o ilógico ou a parte louca de cada um de nós. Também não é aquilo que se encontra “embaixo" da consciência.


É uma parte de um sistema de funcionamento da mente, tem sua parcela de participação em nossos comportamentos, falas e emoções. Daí, nossas escolhas na vida não serão somente determinadas pelo consciente ou pela simples vontade, mas também por este outro sistema que compõe a mente.


Para Freud, o inconsciente funciona de uma forma própria e se expressa em uma linguagem diferente da racionalidade. Usa de expressões indiretas para se manifestar, tais como os esquecimentos, atos falhos, os sonhos e os sintomas.


Dizer que se sabe o que se está fazendo ou escolhendo para a vida é algo extremamente relativo. O legítimo “dono” de seu inconsciente é aquele que fala, só ele sabe, sem saber que sabe.


Em alguns momentos podemos nos perguntar: o que faço aqui? O que torna minha vida tão insuportável? O que posso fazer para encontrar uma solução para esse problema? São perguntas fundamentais, mas não são fáceis de serem respondidas sozinho.


Em Psicanálise supomos que o analisando está se “curando” à medida que se pergunta sobre sua participação em seu sofrimento e se põe a falar na sua análise.


A cura é pela fala. Freud diz que as pessoas podem achar estranho que meras palavras possam curar ou aliviar os sofrimentos da mente e do corpo, mas as palavras possuem uma certa “magia”.


Ao falar na análise vamos pensando e construindo, através da linguagem, uma nova maneira de compreender os nossos sofrimentos, as nossas escolhas, a nossa história.


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A partir do referencial - “o ego não é amo em sua própria morada” - Freud dá outro lugar às palavras e vai além delas, buscando aquilo que é dito, mas, também, aquilo que é não dito. As palavras falam de algo que o analisando pretende falar e, também, daquilo que ele busca esconder. Assim, a escuta em Psicanálise não é qualquer escuta.


O psicanalista se propõe a escutar o que “não ouve”, escutando o conflito, o sofrimento humano. Uma escuta que acompanha o analisando a se dar conta de sua própria singularidade e se implicar com ela, isto é, decidir o que fazer com isso.


Elisabeth Roudinesco, psicanalista francesa, em Por que a Psicanálise? escreve: “... o método psicanalítico é um tratamento baseado na fala, um tratamento em que o fato de se verbalizar o sofrimento, de encontrar palavras para expressá-lo, permite, senão curá-lo, ao menos tomar consciência de sua origem e, portanto, assumi-lo.”


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Daisy Lino

Psicanalista, membro efetivo do TRIEP

daisy_lino@hotmail.com

 
 
 

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