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Olmo e a Gaivota (2014)

  • Foto do escritor: Triep
    Triep
  • 3 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de nov. de 2020

Filme/documentário.

(Possíveis spoilers)


O longa conta a história de Olívia, uma atriz de teatro, dedicada e envolvida com seu trabalho, que está se preparando para interpretar Arkadina, a Gaivota, numa nova versão da peça de Tchekov.



A peça começa a ser apresentada e a companhia é convidada para uma turnê. Neste momento,  Olívia se descobre grávida.  A gravidez se vê sob risco e Olívia é obrigada a repousar, justo num momento em que se sentia dinâmica e preparada para o papel.


O contraponto de sua "produtividade" oscila entre o desejo de atuar e o desejo-de-filho, e colocam Olívia frente a impedimentos que ela nunca imaginou passar. Seu corpo não  mais  (co)responde à velocidade de seus projetos e perspectivas. O "repouso" faz nela muito "barulho". Nada se aquieta. E a coloca numa espécie de introspecção que marca os entrelaçamentos de diferentes possíveis versões de subjetivação do feminino.


Um feminino que se desloca entre a mulher-profissional-mãe. Uma retomada de lembranças a acompanha na construção de uma nova função, a materna. E o desejo-de-filho impõe a ela questionamentos, medos, inseguranças, quebrando as certezas de um lugar até então entendido como garantido.


Do susto ao se perceber numa nova condição, aos questionamentos sobre o que é  ser mãe e se vai conseguir ser uma boa mãe, passando pelas mudanças e estranhamentos de seu corpo, bem como pelas suas construções sobre ser mulher-mãe-atriz, acompanhamos Olívia em suas mudanças,  por vezes escancaradas pela mudança no corpo real, de uma gravidez real da atriz, e de embates psíquicos e emocionais que não são menos intensos e verdadeiros.


Se em alguns momentos ficamos em dúvida sobre ser ficção ou realidade o que estamos assistindo, tal "confusão" serve pra nos lembrar que esta (realidade) não existe sem aquela (a ficção). E é nesta realidade que ficcionamos que nossa subjetividade se constitui. E é a partir deste enviesamento que podemos nos interrogar, desejar, ressignificar e redistribuir nossos investimentos psíquicos, marcando novas posições subjetivas.



Leila Veratti

Psicanalista, membro do TRIEP.

 
 
 

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